Jovem carioca reduz 17 kg para incentivar namorada a perder peso
Casal engordou junto porque costumava abusar de
comidas calóricas.
Ela já eliminou mais de 30 kg, e os dois agora se
exercitam juntos.
Luna D'AlamaDo G1, em São Paulo
Ver a balança disparar após o início de um namoro
ou casamento é um problema de muitos casais. Os parceiros relaxam, saem várias
vezes por semana para comer fora e acabam abusando de alimentos calóricos, como
massas, frituras e doces. Além disso, a falta de ânimo para se exercitar pode
piorar ainda mais a situação.
Foi o que aconteceu com o analista de sistemas carioca Marcelo Tatagiba,
de 32 anos, e a fisioterapeuta Vangela Queiroz, de 25. Ao longo da relação de 4
anos e meio, ele passou de 84 kg para 95 kg, em 1,75 m de altura, e ela foi de
70 kg para 107 kg, em 1,68 m.
Tudo começou em março de 2011, quando Vangela
decidiu que precisava fazer uma reeducação alimentar e emagrecer, sobretudo por
causa da profissão: ela dá aulas de pilates e atua também na área de estética.
A jovem procurou, então, um endocrinologista e iniciou uma dieta dos
pontos, que mantém até hoje para alcançar o objetivo final de eliminar mais 5
kg.
"Recebi muitos 'nãos' por estar acima do peso,
mas não reclamo, pois isso me fez acordar e buscar qualidade de vida. O lado
estético foi só consequência. Hoje consigo trabalhar muito melhor, sem me
cansar ou sentir dores, minha família passou a se alimentar bem e já consegui
convencer alguns amigos a participarem de corridas comigo", cita a jovem.
Para ajudá-la nesse processo, Marcelo também mudou
de hábitos, adotou uma alimentação balanceada, cortou refrigerante, líquidos
nas refeições e frituras. "Antes, comia batata frita todo dia, agora é uma
vez por mês. Também voltei a praticar exercícios e reduzi meu índice de gordura
corporal de 21% para 10%", conta o analista, cuja meta é enxugar ainda
mais a barriga e chegar aos 6% de gordura.
Vangela enfatiza que, no início, continuou comendo
as coisas de que gostava, como fast food e chocolate, pois achava que diminuir
a quantidade de calorias e, ao mesmo tempo, cortar o que lhe dava prazer seria
muito radical.
"Eu não queria isso, por causa do meu
insucesso em outras dietas. Depois que me habituei a comer aquela quantidade,
cortei as frituras, o sal, e comprei um forninho elétrico, para assar ou
grelhar tudo", afirma.
Ela diz que não sofreu muito, mas o que mais a
incomodou foi ter que anotar tudo o que consumia, para fazer o cálculo dos
pontos. "Com o tempo, me acostumei e até decorei os valores",
ressalta.
Da
obesidade ao sobrepeso
O namorado de Vangela está hoje com 78 kg e quer atingir os 75 kg. Seu índice
de massa corporal (IMC) baixou de 31 (obesidade grau 1) para 25 (começo da
faixa de sobrepeso), em oito meses. O manequim da calça perdeu quatro números:
foi de 46 para 42, e logo deve servir o 40.
“Me desfiz
de muitas roupas sociais, e nós dois trocamos praticamente todo o guarda-roupa.
Meu cinto antigo já estava no último furo”, revela Marcelo.
Ele agora come de 3h em 3h, adotou frutas, verduras
e legumes no cardápio – que antes eram totalmente excluídos – e confessa que
ainda precisa beber mais água.
“Já não vejo mais tanta diferença na balança, mas
sinto no corpo, pois estou substituindo gordura por músculos”, destaca. O
carioca corre duas vezes por semana durante 30 minutos, pratica jiu-jítsu duas
vezes durante 1h30 e faz musculação três vezes, por 1h.
Da mesma forma que o namorado, Vangela saiu de um IMC 38 (obesidade grau
2) para 26,5 (sobrepeso). No total, a fisioterapeuta perdeu 32 kg em sete
meses. Começou a praticar exercícios depois de três meses, porque queria
primeiro eliminar um certo peso (no caso, 15 kg). Hoje, ela vai à academia e corre três vezes por
semana.
"Eu estava tão gorda, que não aguentava fazer
quase nada. Primeiro, passei a caminhar 15 minutos três vezes por semana e fui
acelerando o ritmo, alternando entre caminhadas e corridas, até conseguir
correr 30 minutos três vezes por semana. Isso me incentivou a participar de
provas de rua, o que me mantém motivada, já que sou muito competitiva",
revela.
Em seguida, a fisioterapeuta passou a fazer
musculação para fortalecer e evitar lesões nas corridas. "Não gostava
muito de malhar, mas, depois que você percebe os resultados, se empolga. Só não
pode parar, precisa virar rotina. Quando fico um dia sem, já sinto falta",
conta.
Benefícios
à saúde e ao namoro
Marcelo garante que os dois ganharam mais disposição, um sono melhor e elogios
gerais, de familiares, amigos e colegas de trabalho. No caso de Vangela, ela
também reduziu a dor que sentia no joelho.
O analista compara: “Meus exames médicos estavam
muito ruins. Triglicerídeos, colesterol, glicose, ácido úrico, ficou tudo alto.
Após três meses, fiz uma nova coleta de sangue e todas as taxas caíram pela
metade, para a faixa normal”.
Já os exames de Vangela sempre foram bons, mesmo
ela estando acima do peso. O único problema mais sério era um excesso de gordura
no fígado, chamado de esteatose hepática, no grau 2. "Esse foi um dos
motivos que me levaram a querer mudar", diz.
Outro grande "upgrade" foi no namoro, que
segundo Marcelo melhorou bastante. “Passamos a praticar juntos esportes como
corridas de rua”, afirma.
Apesar de se monitorarem, os dois estabeleceram um
“dia do lixo” semanal, geralmente sábado ou domingo, quando saem da dieta para
aproveitar os prazeres da vida, sem cair na tentação da gula.
Na Páscoa, o casal adianta que vai comer chocolate,
mas com moderação. "Depois, a gente se mata na academia para queimar as
calorias", prevê Marcelo. "Ganhei chocolate dos meus alunos e
clientes e pretendo comê-los. Mas, para os meus pais, pedi uma roupa para
malhar, minha irmã deve me dar meias de corrida e meu namorado, um livro",
revela Vangela, supersaudável.
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FOTO: ARQUIVO PESSOAL |